Opa, uma crise existencial - Viratempo

Opa, uma crise existencial

by - sexta-feira, março 04, 2022

(Imagem: Reprodução/Twitter @gdbeeart)

Crescer é doloroso. É confuso, inseguro, incerto. E esses são sentimentos que permanecem durante todas as fases da vida… Não inicia apenas quando nascemos e se encerra ao fim dos nossos dias. A vida adulta, no entanto, chega mais tarde para alguns do que para outros. Ainda assim, me sinto atrasada. Percebo que ser adulto tem mais a ver com a responsabilidade e a necessidade de independência, do que com a idade em si. E me vejo jogada nessa corrida para realizações, com tão poucos recursos para seguir em frente.

Ainda assim, sou adulta. Com 26 anos e feliz por ter alcançado muito do que desejei: a graduação dos meus sonhos na universidade que eu sempre quis estar; estágio na redação do jornal que há muito tempo admiro, entre tantas conquistas que jamais imaginei alcançar. E por que o vazio tão grande e sufocante naquele que seria o dia mais aguardado dos últimos anos?

Aquela semana em dezembro me trouxe emoções tão contraditórias. Uma grande ansiedade e vontade de me superar. Era apenas uma apresentação de TCC, eu não tinha medo de falar, eu conhecia o conteúdo de uma ponta a outra daquele trabalho. Ensaiei diversas vezes até sentir segurança. Mas a apresentação foi um verdadeiro fiasco, devido a uma série de imprevistos. Ainda assim, recebi a nota máxima. Mais um motivo de orgulho.

Foi um processo estressante. E acabou. Mas o resto do dia me senti tão apática. Meu sonho foi realizado, e agora? Já se passaram meses e meu futuro ainda parece incerto. Me vejo na mesma posição que milhares e milhares de pessoas, apenas esperando uma oportunidade para voltar a sonhar outra vez. É o mercado, você tem que se adequar.

Ainda não sei quem eu sou e o que desejo para mim, mas preciso encontrar meu espaço. E isso me preenche de ansiedade e nervosismo. Por outro lado, também me dá energia para resistir e insistir, até que um dia eu possa crescer e me reconhecer. E eu estou correndo, desesperadamente, sem freio, em busca da minha própria identidade.

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