Fizeste isto por mim? || Max Lucado - Viratempo

Fizeste isto por mim? || Max Lucado

by - quarta-feira, março 25, 2020

(Foto: Ismia Kariny)

Ah! As coisas que fazemos para presentear aqueles a quem amamos. Mas não nos importamos, não é? Faríamos tudo de novo. A verdade é, fazemos tudo novamente. Cada Natal, cada aniversário, sempre que nos encontramos em território estrangeiro. Adultos em lojas de brinquedos. Pais em lojas para adolescentes. Esposas em lojas de esportes e maridos em lojas de bolsas.

Não apenas entramos em lugares estranhos, como fazemos coisas com as quais não estamos acostumados. Montamos bicicletas à meia-noite. Escondemos presentes nos lugares mais inusitados. Ouvi contar que um homem alugou um movie theater para que ele e a esposa pudessem ver seu filme de casamento em seu aniversário.

E fazemos tudo novamente. Após pisar sobre as uvas, bebemos o vinho mais doce da vida - o vinho da dedicação. Damos o melhor de nós quando nos dedicamos. Na verdade, ficamos mais parecidos com Deus quando nos dedicamos. Você já pensou alguma vez por que Deus se dedica tanto? Nossa existência poderia ser medíocre. Ele poderia ter deixado o mundo sem forma e cinza; nós nunca saberíamos a diferença. Mas não foi isso que Ele fez.

Ele jogou a cor laranja no nascer do sol e pintou o céu de azul. E se você gosta de ver o vôo dos gansos poderá observar isto também. Teve Ele de fazer a bela cauda do esquilo? Foi Ele obrigado a fazer o canto dos pássaros? E a forma engraçada como as galinhas ciscam ou a majestade do trovão quando emite seu som? Por que dar cheiro à flor? Por que dar sabor aos alimentos? Seria porque Ele adora ver este olhar em seu rosto?

Se nós damos presentes para demonstrar nosso amor, quanto mais Ele? Se nós — salpicados de excentricidade e cobiça gostamos de dar presentes, quanto mais Deus, nosso puro e perfeito Deus, gosta de nos presentear. Jesus disse: "Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?" (Mt 7.11).

Os dons de Deus emitem luz de seu coração, o bom e generoso coração de Deus. Tiago, irmão de Jesus, nos diz: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1.17). Todos os dons revelam o amor de Deus...  porém nenhum dom revela mais seu amor do que o dom da cruz. Eles vieram, não embrulhados em papel, mas em paixão. Não foram colocados em volta de uma árvore, mas em uma cruz. Não foram cobertos por laços e tiras, mas borrifados com sangue.

Os dons da cruz.

Muito tem sido dito sobre o dom da cruz em si, mas e quanto aos outros dons? E quanto aos cravos, à coroa de espinhos? Às vestes tomadas pelos soldados, às vestes usadas no enterro? Você já separou algum tempo para abrir estes presentes? Ele não foi obrigado a dá-los, você sabe. A única atitude de fato requerida para a nossa salvação foi o sangue derramado. Ainda assim Ele fez muito mais. Imagine a cena da cruz, e o que encontrará?

Uma esponja embebida em vinagre. Um sinal.

Duas cruzes ao lado de Cristo.

Presentes divinos destinados a despertar aquele momento, aquela fração de segundo quando seu semblante mudará, seus olhos se abrirão ainda mais e Deus o ouvirá sussurrar: — Fizeste isto por mim?

O diadema da dor que retalhou seu rosto gentil, três pregos fincando a carne na madeira para segurá-lo naquele lugar.

Compreendo a necessidade de sangue.

Seu sacrifício eu abraço.

Mas a esponja amarga, a lança transpassando, o cuspe em seu rosto? Tinha que ser uma cruz? Não havia uma morte mais amável do que seis horas pendurado entre a vida e a morte, tudo isto regado a um beijo de traição? — Oh, Pai, — diz você com o coração tranquilo, — Desculpe perguntar, mas preciso saber, fizeste isto por mim? Ousaríamos fazer esta oração? Ousaríamos dar vazão a tais pensamentos? Estaria o monte da crucificação cheio de presentes de Deus? Podemos examiná-los? 

Abramos estes presentes da graça como se — ou talvez, quem sabe – pela primeira vez. E, ao tocá-los — ao sentir a madeira da cruz e passar os dedos pela trança da coroa de espinhos — pare e ouça. Provavelmente você o ouvirá sussurrar: “Eu fiz isto por você.

Ele Escolheu os Cravos, Max Lucado.


Eu sempre lembro dessa parte do livro do Max Lucado quando penso na crucificação de Cristo. Expressa tão bem o amor e a gratidão que a gente sente pelo que Jesus fez por nós. Acho que nunca conseguiria colocar em palavras tão bem quanto ele

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