Goblin: The Lonely and Great God || Resenha - Viratempo

Goblin: The Lonely and Great God || Resenha

by - terça-feira, agosto 06, 2019


"No momento da vida e da morte, faça um pedido com um desejo poderoso. Um criador de coração mole pode conceder-lhe esse desejo."
— Sam Shin

Título original: 쓸쓸하고 찬란하神-도깨비
Título romanizado: Sseulsseulhago Chalranhashin-Dokkaebi
Episódios: 16
Emissora: tvN
Diretor: Lee Eung Bok
Roteiro: Kim Eun Sook
Elenco Principal: Gong Yoo, Kim Go Eun, Lee Dong Wook, Yoo In Na, Yook Sung Jae
Período de transmissão: 2/12/2016 -21/1/2017
Gênero: Romance e Fantasia

Goblin é considerado o segundo drama de maior audiência na história da TV a cabo coreana e foi lançado no fim de 2016. O drama conta a história de um imortal e protetor de almas que, após receber uma punição divina, é condenado a viver por séculos em busca daquela que poderá pôr fim ao seu infortúnio: a noiva do Goblin. Por séculos Kim Shin viveu escondendo sua natureza, na companhia apenas dos descendentes de um antigo e leal servo. E, assim como os imortais de outras histórias que conhecemos, periodicamente ele precisava mudar de identidade e endereço.

Ao retornar a sua terra natal, em uma noite de inverno no ano de 1998, ele se encontrou com uma jovem grávida que sofreu um acidente. Prestes a morrer, ela fez um poderoso desejo a uma divindade misericordiosa a quem o seu pedido pudesse alcançar. E o goblin de coração mole decidiu atender a esse pedido. Com isso, ao salvar uma alma destinada a morrer, tomando-a do ceifador, ele marcou a criança que estava naquele ventre, fazendo com que ela se tornasse a noiva que ele tanto esperava.

Por que assistir Goblin: The Lonely and Great God?

1. Tragédia romântica

Tudo bem, essa característica pode não ser tão atrativa para alguns. Particularmente, eu sou fascinada por tragédias em ficção, né gente, pelo amor de Deus. Não é à toa que Moon Lovers, Gu Family Book e Moon Embracing the Sun estão entre os meus dramas favoritos. Na minha receita de bom enredo, uma história triste é sempre uma boa história (com uma pitada de exagero aqui). E calma! Isso não é spoiler, haha. Goblin é um drama recheado de surpresas e altos e baixos, sem sofrimento prolongado, lento ou cansativo. Por isso, a tragédia romântica é justificada e cada ponto na história tem um propósito aceitável. Dessa forma, se você busca uma história para se divertir e chorar na mesma medida, assista a Goblin.

Onde você encontraria uma tristeza que dura por mil anos?
Onde você encontraria um amor que dura por mil anos?  — Kim Shin 
Aposto que há um. — Eun Tak
Qual? Tristeza ou amor? — Kim Shin
Um amor triste. — Eun Tak


2. Mistério e fantasia


A presença da fantasia é óbvia desde a sinopse, o que deixei de mencionar foi a presença de ceifadores e fantasmas. Sim, além do Goblin temos esses outros seres sobrenaturais. Vale acrescentar também o mistério que envolve o passado dos personagens, que é capaz de prender a gente de uma forma que não dá para resistir. Surgem cada vez mais perguntas, sentimos a aflição do destino premeditado entre os protagonistas torcendo para que tudo dê certo no final; enquanto o quebra-cabeça vai se formando e o futuro ficando ainda mais obscuro. Fora isso, a cinegrafia do drama é incrível, tem cenas muito lindas, e a trilha sonora é perfeita.


3. Bromance

Destaque para o bromance, é claro! A amizade entre os personagens masculinos em Goblin é muito divertida. Na verdade, nunca é demais ver a dinâmica e os conflitos dos hyungs em dramas coreanos, quem assistiu A Gentleman's Dignity vai entender o que quero dizer. Principalmente em Goblin, que não há triângulo amoroso. Sinceramente, até acho um desserviço esse tipo de abordagem mas vamos seguir em frente. Eu já amei a relação do ceifador com o Kim Shin desde o primeiro momento em que eles se encontraram, a ingenuidade e a competição entre eles nos proporcionaram ótimas cenas, haha. Para além do bromance, a amizade da Eun Tak com as fantasmas que ela pode ver não fica para trás, sempre me tirou boas risadas.


💢 ATENÇÃO!!! Alerta de spoilers. É recomendado assistir o drama antes de continuar.

O que eu tenho a dizer sobre...

A trama

O início do drama é um pouco confuso, não dava para entender muito bem o que estava acontecendo ou porque Kim Shin estava sendo acusado de traição. Ficou claro apenas que o rei era tolo e estava agindo por má influência do eunuco Park Joong Won. Só com o decorrer dos episódios que eu finalmente pude entender a situação toda e os motivos pelos quais Kim Shin se tornou um goblin. O interessante é que, apesar de ele estar agindo como um guerreiro cumprindo o seu dever para com o rei, no "plano divino" uma vida continua a ser preciosa e não uma peça dos jogos humanos. Assim, na minha opinião, a punição dele foi por justa causa. Até porque caminhar em direção ao rei sabendo que essa atitude condenaria a morte todos a quem ele amava, foi bem egoísta e estúpido. O rei não era o único tolo ali. Nobre seria ele ter se sacrificado sem levar sua família e companheiros juntos. Ou seja, a punição faz todo o sentido.

“As almas do seu povo estão te salvando. No entanto, o sangue de milhares está em sua espada, assim como o sangue de seus inimigos que também são descendentes de divindades. Você será imortal e verá seus entes queridos morrerem. Você não esquecerá uma única morte, pois este é o prêmio que eu dou a você e a punição que você receberá. Apenas a noiva do goblin deve remover a espada. Uma vez que a espada for removida, você retornará às cinzas e estará em paz”


Outra coisa que me chamou a atenção foi a abordagem do suicídio como o maior pecado do rei. Eu fiquei muito tocada quando Wang Yeo explicou para a ceifadora que a razão pela qual eles vivem tendo a mesma necessidade dos humanos, é para que eles anseiem novamente pela vida que jogaram fora. Eu nunca tinha observado os ceifadores por esse ângulo, apesar de já ter familiaridade com a representação deles como seres humanos que tiraram a própria vida. Aliás, até agora eu não entendi o que foi aquela despedida do Wang Yeo com a Sunny. Jurava que ela ia fazer o mesmo que ele no passado. Na minha cabeça ela iria virar uma ceifadora e eles iriam viver juntos dessa forma. Agora que estou refletindo, que pensamento horrível eu tive! Isso é muito macabro, ainda bem que não aconteceu como imaginei.

"É por isso que os que ficaram para trás devem viver ainda mais. Podemos chorar de vez em quando, mas devemos sorrir muito e nos animar. Você é obrigado a fazer isso em troca do amor que recebeu."

O romance e os protagonistas

Não há personagem que eu considere mais atraente do que aqueles que, usando as palavras do próprio Kim Shin, "brilham". Eu adoro gente com a alma iluminada, que transmite alegria e torna qualquer inverno em primavera – como a Eun Tak faz o goblin se sentir. Esse contraste dela em relação ao Kim Shin, que carrega aquele sorriso triste e a chuva consigo, é maravilhoso. Por isso o drama aborda muito essa questão do florescer fora de época. E o relacionamento deles explora bastante isso. A Eun Tak trouxe vida para ele, não a condenação. Assim como o ceifador foi punido a ansiar pela vida, o Goblin que buscava por tanto tempo a morte foi tentado a viver pela primeira vez. E se você pensar um pouquinho, no passado ele também desistiu muito facilmente.


A Eun Tak, aparentemente, é a única que não merecia passar por todo esse sofrimento. Por isso aquela mesma questão continuava a ir e vir: que pecado ela cometeu? Acredito que no momento em que a alma dela foi perdida pelo ceifador, aquela marca que a tornou a noiva do Goblin marcou também o destino que a "obrigava" a viver as consequências da tragédia e condenação dele. Bem, essa é a minha interpretação. O curioso é que, de fato, após ela perder a marca e esquecer a existência do Kim Shin, ele é o único que continua a sofrer. É até doloroso lembrar da frieza dela ao encontrar ele novamente e perceber que todo aquele brilho foi "apagado".


Quanto ao Kim Shin, causa um pouco de estranheza pensar nele ao mesmo tempo como o guerreiro do passado e a divindade fofa que ele se tornou depois de conhecer a Eun Tak. O primeiro trabalho que acompanhei do Gong Yoo foi Big, e eu já sabia o que esperar dessa carinha de dinossauro e sorriso de criança. Então tudo casou bem, a personalidade iluminada com a que transparece doçura. Ai, até me senti brega agora. O resultado foi um romance suave e natural, do tipo que te encanta sem muito esforço. Por mais dramas com esse tipo de abordagem e menos triângulo amoroso! Só um comentário em off aqui, já assistiu Black Knight? Se assistiu, vai entender o que eu quero dizer com romance cansativo.


Os personagens secundários

Não tem muitos personagens além do Wang Yeo e Kim Sun que eu possa comentar alguma coisa de forma mais detalhada, mas para não deixar em branco tudo que eu posso dizer sobre os demais é que, bem, sobre a aparição da divindade tomando o corpo do Deok Hwa, achei insano, adorei! As cenas do Deok Hwa, apesar de legais, eu não consigo lembrar de nada tão memorável. Ah, tem aquela cena em que ele chora porque seu tio supostamente estava morto, e ele diz que nem sequer precisava mais do cartão de crédito. Até que o Kim Shin volta e ele "se arrepende" de ter desejado que ele ainda estivesse vivo kkk Também gostei de ter visto o amadurecimento dele no final.

As cenas com a Samshin, a deusa do nascimento e do destino, também foram interessantes; sempre cheia de segredos e presenteando a Eun Tak com plantas. Sobre as moças fantasmas, elas me divertiram muito. Também me emocionei com a amiga da mãe da Eun Tak que esteve sempre cuidando dela. Já o desgraçado do Park Joong Won, ele chegou como uma jogada até ok para o encerramento do drama. Ele não parecia necessário, para falar a verdade, mas pelo menos tirou o peso dos ombros da Eun Tak, já que ela não iria mais precisar matar o Kim Shin só porque o destino a obrigava.

- Wang Yeo, o ceifador, e Kim Sun

Gente, eu amei o papel da Yoo In Na nesse drama! A química entre ela e o Lee Dong Wook foi além das expectativas. Gostei do jeitinho despojado, desatento e quase no sense dela, haha. Tenho certeza que muita gente se identificou com as falas da Kim Sun. E o Wang Yeo também sempre com a carinha de cachorro sem dono e sem saber como agir perto dela, quase tendo uma crise existencial em alguns momentos. Para essas horas o que a gente pede? Bromance! Eu me divertia muito em perceber que toda vez que o Wang Yeo estava para baixo, algo estava dando certo para o casal goblin kkk Eu ri muito na cena em que ele, depois de ter sido descoberto, se pergunta onde que a Sunny conseguiu o ramo de pessegueiro e o Kim Shin tenta disfarçar que não é culpa dele, hahaha.


O que mais me marcou no relacionamento deles foi quando ficou claro que após a hipnose do Wang Yeo, a Kim Sun não o esqueceu. Mesmo a tragédia teve um resquício de felicidade para ela. A Sunny tem realmente uma nobreza na essência da sua alma que me deixa sem palavras. A decisão de deixar o Wang Yeo me deixou chateada, eu estava torcendo tanto por eles! Ainda bem que os dois acabaram se encontrando no final.

"Para aquele que pensava que o esquecimento me traria paz de espírito, no momento em que nossos olhos se encontraram, eu sabia que você também retinha suas memórias. Eu oro para que em nossa próxima vida a espera seja curta e os encontros sejam longos; que não precisemos de uma desculpa para nos vermos, intitulados com nossos queridos nomes. Assim, podemos nos cumprimentar quando acidentalmente nos encontrarmos, com nosso amor sempre sendo a solução. Eu oro para que possamos nos encontrar assim. Estou feliz por ver seu rosto. Às vezes você é Kim Woo Bin e às vezes você é Wang Yeo. Por favor, viva uma vida longa e feliz... Adeus."


Você pode achar interessante...

"Um objeto não precisa ser grande para ter grande massa. Aquela garota, tão pequena quanto uma violeta; aquela menina, flutuando no céu como as pétalas de uma flor, me atrai para ela com uma força maior do que a exercida pela terra. Em um único momento, caí e rolei na direção dela sem rima ou razão, assim como a maçã de Newton. Com um baque. Com um baque surdo, meu coração saltou dos céus para a terra em um movimento pendular vertiginoso. Tal foi o momento em que eu me apaixonei pela primeira vez."


"Eu amo todas as estradas que vamos andar juntos. Eu amo todos os cenários que veremos juntos. Eu amo todas as perguntas que nós timidamente perguntaremos um ao outro e todas as respostas para essas perguntas. Eu te amo em todos esses momentos."


Espero que tenha gostado da minha resenha de Goblin. Eu continuo a ter dificuldade em trazer conteúdo com frequência para esse blog porque é sempre difícil começar a escrever. Sou muito exigente kk Mas como ultimamente tenho recebido muitas visitas de pessoas que se interessaram pela minha primeira resenha, de Romance is a Bonus Book, estou me esforçando para produzir mais conteúdo. Tenho algumas ideias legais, e se puder me dar um apoio divulgando esses textos, com certeza eu vou me animar e me sentir na obrigação de escrever mais. Agradeço que tenha lido até aqui e volte mais vezes! Abraço e aproveita para escutar a trilha sonora de Goblin!


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3 Comments

  1. Não conhecia o blog mas já gostei bastante! A resenha também foi bem bacana, sem tantos spoilers e dando ênfase aos pontos mais interessante RS mas "carinha de dinossauro"? Kkkkkkkk ri demais com isso. Achei curioso o uso do termo... ��

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    Respostas
    1. kkkk ele também me lembra uma tartaruga fofa xD

      Fico feliz que gostou da resenha, Anoni... Volta mais vezes! <3

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  2. Você é de uma sensibilidade que, me faz ler mais assuntos escritos por você.
    Amei sua resenha!
    Irei trabalhar com ela, em atendimento aos meus alunos adolescentes. Posso?
    Simplesmente, ESPETACULAR!
    Poderia enviar seus trabalhos para jpedagoga@hotmail.com
    Sucesso p vc!

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